sábado, 19 de março de 2011

A agulha fina de um Adeus.

Fecho a porta do quarto. Por precaução. Eu ligo a música. Ela lembra você. Lembra-me do primeiro beijo. As estrelas. A estrada. As luzes. A noite fria. A nossa magia. Às vezes quase choro.  Às vezes não seguro, deito entre os lençóis da minha cama. Tento me acalmar. Seguro a lagrima. É como se eu estivesse afiando a ponta de um lápis com um estilete, o mais fino possível, o mais fundo que possa chegar.  Para que quando for cravado ao lembrar, se torne o mais extenso e intenso buraco que possa se formar em mim. Depois disso, o vazio, a saudade, a falta, todos os piores fantasmas que criei sobre nós. E com minhas pupilas fechadas. É como se eu te encontrasse outra vez, no meu passado, antes de ter que dizer adeus. Então eu me calo. Então é como se não coubesse tudo dentro de mim. Sinto que deixo uma parte minha morrer junto de tudo isso, junto do fim, do fim de nós. Perguntas. Silêncio perturbador que vem do coração. 
Então ele pergunta, razão responde. São 3 minutos para se digerir. E como se não houvesse tempo. Meu corpo todo se contrai. Tento fazer com que a dor vá embora. Ela permanece. Sentada ao meu lado. Esperando a próxima brecha para atacar. E lá vou eu outra vez. Lembra-me o sorriso perfeito. Depois de cada beijo. Sabor hortelã. Me abraça. Sussurra.  É como se eu estivesse de novo lá. As promessas. As juras. Todas aquelas palavras de amor. O seu calor. O carinho que me mudou. E eu sinto ela se aproximar a dor aumenta, aos poucos toma conta, ela é esperar.  Razão diz: para. Coração quer continuar, - eu nunca entendi porque adoramos nos machucar. Domingo de uma noite fria. Ali estávamos. A despedida temporária. Que enganou a mim. As horas mais perfeitas. Com a pessoa perfeita. Tantos beijos e tantos abraços. As tentativas fracassadas de tentarmos largar um do outro. Tantos planos. Dois sorrisos grandes. Dois loucos apaixonados. E duas vezes a mesma frase: eu amo você. Por precaução, a porta esta fechada, não quero que ninguém me veja chorar, me torturar. Volto a realidade. Agora com lágrima nos olhos. A musica ainda toca. E é a hora de realmente deixar. Deixar que o tempo consuma, com todas as lembranças. É hora de esquecer. Mas eu sei que ainda assim eu vou te amar. Mesmo depois daquele maldito adeus.  

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