domingo, 27 de março de 2011

Primeiro beijo.

O sol já havia se escondido, e agora o vento sobrava de leve. Eu deveria correr para casa, já que teria de arrumar minhas malas, pois só faltavam quatro dias para partir daquela cidade. Mas algo me prendia ali. E de alguma maneira o mesmo motivo o fazia ficar também. Dois malucos, que mal se conheciam, caminhavam por aquela cidade, sabendo que queríamos algo um do outro, mas não só por aquela noite. Enfim decidimos não começar nada. Só estavam andando em direção a minha casa. Jogando conversa fora, encontrando-nos um no outro. Então ele me surpreende, dizendo que deveríamos desviar o caminho. Aquele lugar era conhecido pra mim, mas insignificante, só era mais um dos lugares que teria de passar a caminho de minha casa. Mas eu o segui. Havia duas estradas, e a cada passo que juntos nós dávamos a nossa frente, entravamos aos poucos em uma escuridão temporária. Tanta beleza aquele lugar guardava ali. Junto de tantas estrelas o céu me inspirava, e o inspirava também. E então paramos por segundos só para admirar toda a perfeição que aquela noite nós dava e nos fazia aguardar. Continuamos caminhando, e ao fim daquele caminho havia luzes que iluminavam e dividiam uma estrada da outra. E era inexplicável, como nos via um no outro, como nos parecíamos ao longo do que íamos nos conhecendo. Uma câmera na mão, então ele a pegou, e disse que iria tirar uma foto de nós ali, para que fosse a lembrança perfeita para guardarmos. Pronto, a digital estava programada, e eu me encontrava distraídas, e depois daquela pequena e única palavra: ‘ aqui ‘. Ele me fez entender, que estava disposto a arriscar, eu com minha retaguarda baixa não percebi nada, até ele de leve e com muita delicadeza me roubar um beijo. Seu toque leve em meu rosto, seu hálito suave em minha boca, seu cheiro e o seu coração que pulsava forte. Combinação perfeita. Talvez aquele tenha sido o melhor beijo da minha vida. Fez minha cabeça girar, bagunçar e mudar. No meio de nada, onde só as estrelas poderiam ser testemunhas de tanta magia. Depois que suas mãos me largaram, fiquei meio tonta, só consegui rir. Eu já não me importava com minha partida, com minha família que me esperava e com o meu pai que por ali rondava a minha procura. O tempo parou. E aquela gravação do nosso primeiro beijo, foi à maneira mais linda que nós poderíamos nos provar que a gente foi real. Por isso me pego com os olhos lagrimejando, de uma saudade mútua, fico horas olhando aqueles dois loucos se entregarem ao amor. Fecho os olhos e ás vezes pareço estar de novo lá, na sua frente, apenas esperando por mais um beijo seu. Foi perfeito, e eu jamais poderia esquecer, tamanho amor assim. 

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